quinta-feira, 26 de abril de 2012


Faça o queira




Toque a última dança,


Como se ela fosse a primeira.


Cante como um grito de sabiá.


Respire o ar com prazer.

Dance a valsa veroneza,


Viaje pelos piores mares,


Não tendo medo do barco virar.


Grite pela paz,


Mesmo se ninguém tiver lhe escutando.


Beije, com a doçura das flores,


Não tendo medo da resposta.


Ame, mesmo não sendo correspondido.


Ande descalço


Pelas ruas da cidade grande.


Vibre pela Vitória,

Chore pela derrota.


Grite, chore, dance, toque.


Faça tudo aquilo que tenha vontade.


Queira um amor maior que você.


Queira a paz mesmo que demore a chegar.


Não se esconda,


Vista o branco, amarelo, azul, rosa, preto... não importa


O que importa é que você goste de você, e


Que quando pensar em ficar triste, PARE!


Olhe a sua volta... reflita e


Não se preocupe em sofrer,


A dor nos ajuda a crescer.


Viva intensamente!




 


Joyce Silva




terça-feira, 17 de abril de 2012





Queria não senti-la, não saber seu significado,

Mas quando penso que não existe

Ela vem me atormentar.

Muitas vezes o coração acelera,

Aperta...dói...treme...

Tento entende-la, mas não consigo

Ora se torna bom

Lembrar daqueles momentos,

Recordar os velhos tempos,

Que apenas ficarão guardados e jamais apagados.

Ora se torna ruim

Lembrar de quem se foi

E que nunca mais voltará.

Tento lembrar apenas da alegria,

Mas a tristeza persiste ao pensar

Na partida.

Ah! Saudade...

Por que não trocar seu significado?

Por que tentar esquecer e não mais sofrer?

Mas não, a saudade não tem compaixão,

Vive constantemente em nossas vidas

E não tem explicação.

Ah! Tempo que não volta,

Apenas fica guardado na memória

Fazendo com que sintamos saudade

Daqueles que foram, daquilo que mudou,

Daquilo que se transformou.

E se um dia ela se for,


Deixará saudade em quem ficou.

Saudade...









Joyce Silva

segunda-feira, 9 de abril de 2012



Ser diferente é ser igual

         No último dia 21 de março, o Mundo comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down. O que ainda muitas pessoas não sabem, é que a Síndrome de Down não é uma doença.  A síndrome é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê ainda quando é um feto.

         Apesar de muito se falar sobre o assunto, ainda há pessoas que persistem em achar que isso é contagioso, ou pior ainda, que uma pessoa que possui a síndrome não pode ter uma vida normal. Pelo contrario do que ainda muitos pensam, ela não é contagiosa e qualquer pessoa que tenha, vive normalmente. Essas pessoas vivem em sociedade como qualquer pessoa, e desenvolvem qualquer atividade, como: trabalhar, estudar, se divertir, namorar, casar, enfim, são pessoas como qualquer outra.

         É de extrema ignorância achar que essas pessoas devem viver isoladas do mundo. Uma opinião extremamente ignorante. Pessoas com a síndrome trabalham normalmente, como a atriz Joana Mocarzel, que interpretou a Clara, na novela Páginas da Vida, da rede Globo. Diversas outras pessoas como Joana vivem em sociedade e buscam o que qualquer outra pessoa quer: ser feliz.

         Julgar as pessoas pela aparência é não querer olhar para si mesmo, pois todos nós somos diferentes. Até mesmo as pétalas de uma rosa que parece serem idênticas, se olhada mais de perto, notar-se-á suas diferenças; ou uma pétala está maior que a outra, ou talvez esteja com a cor mais clara que as demais.

         Ninguém é igual a ninguém, somos diferentes e é está diferença que faz cada um de nós especiais. Cada um tem um dom, um carisma, um jeito de falar, de andar...um jeito de ser.   

         Quando olhei todas aquelas crianças da Apae felizes e alegres pelo fato de estarem vendo pela primeira vez uma peça de teatro, meu coração encheu de tamanha alegria, pois pude perceber em cada olhar uma felicidade sincera e que foi capaz de contagiar a todos que estavam ali. Não pude explicar, mas apenas sentir. E ao final da peça, quando recebi o abraço de uma delas, meu coração se encheu mais de alegria. Percebi naquele exato momento que seja qual for a nossa diferença, quando se ama, quando se busca a felicidade, tornamos iguais, e seja qual for o nosso problema, seremos sempre iguais. Tornamos iguais no amor eterno que sentimos pela outra pessoa, e pela felicidade que sempre buscamos.

         Viver em pleno século XXI achando que aqueles que possue a síndrome de down é diferente, é andar no retrocesso. É querer voltar em uma época em que nem água encanada tinha nas casas. É ser uma pessoa pequena. Pequena na ignorância e pequena mais ainda por possuir o preconceito.

         Não deve ser apenas no dia 21 de março a ser lembrado como o Dia Internacional da Síndrome de Down, mas em todos os outros dias do ano. Deve ser lembrado que há pessoas que apesar de terem uma síndrome, são iguais, e que certamente tem muito a nos ensinar, principalmente no amor que estas pessoas são capazes de transmitir. Ser diferente é ser igual.



Texto publicado no Jornal da Manhã em 01/04/2012- Coluna Vida Urbana