Ser diferente é ser igual
No último dia 21 de março, o Mundo
comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down. O que ainda muitas pessoas
não sabem, é que a Síndrome de Down não é uma doença. A síndrome é causada por um erro na divisão
das células durante a formação do bebê ainda quando é um feto.
Apesar de muito se falar
sobre o assunto, ainda há pessoas que persistem em achar que isso é contagioso,
ou pior ainda, que uma pessoa que possui a síndrome não pode ter uma vida
normal. Pelo contrario do que ainda muitos pensam, ela não é contagiosa e
qualquer pessoa que tenha, vive normalmente. Essas pessoas vivem em sociedade
como qualquer pessoa, e desenvolvem qualquer atividade, como: trabalhar, estudar,
se divertir, namorar, casar, enfim, são pessoas como qualquer outra.
É de extrema ignorância achar
que essas pessoas devem viver isoladas do mundo. Uma opinião extremamente
ignorante. Pessoas com a síndrome trabalham normalmente, como a atriz Joana
Mocarzel, que interpretou a Clara, na novela Páginas da Vida, da rede Globo.
Diversas outras pessoas como Joana vivem em sociedade e buscam o que qualquer
outra pessoa quer: ser feliz.
Julgar as pessoas pela aparência é
não querer olhar para si mesmo, pois todos nós somos diferentes. Até mesmo as
pétalas de uma rosa que parece serem idênticas, se olhada mais de perto, notar-se-á
suas diferenças; ou uma pétala está maior que a outra, ou talvez esteja com a
cor mais clara que as demais.
Ninguém é igual a ninguém, somos
diferentes e é está diferença que faz cada um de nós especiais. Cada um tem um
dom, um carisma, um jeito de falar, de andar...um jeito de ser.
Quando olhei todas aquelas
crianças da Apae felizes e alegres pelo fato de estarem vendo pela primeira vez
uma peça de teatro, meu coração encheu de tamanha alegria, pois pude perceber
em cada olhar uma felicidade sincera e que foi capaz de contagiar a todos que
estavam ali. Não pude explicar, mas apenas sentir. E ao final da peça, quando
recebi o abraço de uma delas, meu coração se encheu mais de alegria. Percebi
naquele exato momento que seja qual for a nossa diferença, quando se ama,
quando se busca a felicidade, tornamos iguais, e seja qual for o nosso
problema, seremos sempre iguais. Tornamos iguais no amor eterno que sentimos
pela outra pessoa, e pela felicidade que sempre buscamos.
Vivermos em pleno século XXI achando
que aqueles que possuem a síndrome de down são diferentes, é andar no
retrocesso. É querer voltar em uma época em que nem água encanada tinha nas
casas. É ser uma pessoa pequena. Pequena na ignorância e pequena mais ainda por
possuir o preconceito.
Não deve ser apenas no
dia 21 de março a ser lembrado como o Dia Internacional da Síndrome de Down,
mas em todos os outros dias do ano. Deve ser lembrado que há pessoas que apesar
de terem uma síndrome, são iguais, e que certamente tem muito a nos ensinar,
principalmente no amor que estas pessoas são capazes de transmitir. Ser
diferente é ser igual.
Texto
publicado no Jornal da Manhã em 01/04/2012- Coluna Vida Urbana