segunda-feira, 9 de abril de 2012



Ser diferente é ser igual

         No último dia 21 de março, o Mundo comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down. O que ainda muitas pessoas não sabem, é que a Síndrome de Down não é uma doença.  A síndrome é causada por um erro na divisão das células durante a formação do bebê ainda quando é um feto.

         Apesar de muito se falar sobre o assunto, ainda há pessoas que persistem em achar que isso é contagioso, ou pior ainda, que uma pessoa que possui a síndrome não pode ter uma vida normal. Pelo contrario do que ainda muitos pensam, ela não é contagiosa e qualquer pessoa que tenha, vive normalmente. Essas pessoas vivem em sociedade como qualquer pessoa, e desenvolvem qualquer atividade, como: trabalhar, estudar, se divertir, namorar, casar, enfim, são pessoas como qualquer outra.

         É de extrema ignorância achar que essas pessoas devem viver isoladas do mundo. Uma opinião extremamente ignorante. Pessoas com a síndrome trabalham normalmente, como a atriz Joana Mocarzel, que interpretou a Clara, na novela Páginas da Vida, da rede Globo. Diversas outras pessoas como Joana vivem em sociedade e buscam o que qualquer outra pessoa quer: ser feliz.

         Julgar as pessoas pela aparência é não querer olhar para si mesmo, pois todos nós somos diferentes. Até mesmo as pétalas de uma rosa que parece serem idênticas, se olhada mais de perto, notar-se-á suas diferenças; ou uma pétala está maior que a outra, ou talvez esteja com a cor mais clara que as demais.

         Ninguém é igual a ninguém, somos diferentes e é está diferença que faz cada um de nós especiais. Cada um tem um dom, um carisma, um jeito de falar, de andar...um jeito de ser.   

         Quando olhei todas aquelas crianças da Apae felizes e alegres pelo fato de estarem vendo pela primeira vez uma peça de teatro, meu coração encheu de tamanha alegria, pois pude perceber em cada olhar uma felicidade sincera e que foi capaz de contagiar a todos que estavam ali. Não pude explicar, mas apenas sentir. E ao final da peça, quando recebi o abraço de uma delas, meu coração se encheu mais de alegria. Percebi naquele exato momento que seja qual for a nossa diferença, quando se ama, quando se busca a felicidade, tornamos iguais, e seja qual for o nosso problema, seremos sempre iguais. Tornamos iguais no amor eterno que sentimos pela outra pessoa, e pela felicidade que sempre buscamos.

         Viver em pleno século XXI achando que aqueles que possue a síndrome de down é diferente, é andar no retrocesso. É querer voltar em uma época em que nem água encanada tinha nas casas. É ser uma pessoa pequena. Pequena na ignorância e pequena mais ainda por possuir o preconceito.

         Não deve ser apenas no dia 21 de março a ser lembrado como o Dia Internacional da Síndrome de Down, mas em todos os outros dias do ano. Deve ser lembrado que há pessoas que apesar de terem uma síndrome, são iguais, e que certamente tem muito a nos ensinar, principalmente no amor que estas pessoas são capazes de transmitir. Ser diferente é ser igual.



Texto publicado no Jornal da Manhã em 01/04/2012- Coluna Vida Urbana

                 

        

Um comentário:

  1. Você conhece o André, meu filho, e sabe que ele é especial. Ele frequentou a Apae até quando quis. Nunca o obriguei a nada. Sabe também que ele sempre foi seu fã. Percebia através da sua sensibilidade o quanto você respeitava e amava aqueles que dependem do amor do próximo para terem uma vida plena. Parabéns pelo artigo, parabéns por homenagear a essas pessoas tão especiais e fantásticas que com certeza estão bem mais próximos de Deus do que possamos imaginar.

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