sábado, 17 de novembro de 2012

Um conto moderno


         Era uma vez, numa terra muito mais muito distante, três princesas: a Branca de Neve, a Cinderela e a Bela Adormecida.

         Estas três princesas viviam num apartamento no subúrbio da cidade grande. Elas estavam cansadas de viver presas no castelo, então resolveram se unir e mudar para aquele apartamento. Elas queriam ganhar a independência.

         Branca de Neve tinha deixado à casa dos sete anões e agora trabalhava como caixa em uma rede de supermercado. A Cinderela havia cansado de ter que ficar limpando a casa de sua madrasta e agora trabalhava como gerente administrativo em um hotel, e por fim a Bela Adormecida. Ela havia se tornado uma promotora de eventos.


         As três princesas agora trabalhavam e tinham seu próprio emprego. Ganhavam seu próprio salário e não dependiam de mais ninguém para sustentá-las. Agora faziam tudo sozinhas.


         E os príncipes onde estão nesta história?


         Bem, eles tinham ido procurá-las, mas elas não ligaram muito para eles. Justamente naquele dia, a Branca de Neve havia conhecido um moço pela internet e marcaram de se encontrar em um barzinho da cidade. Esse moço da internet havia levado dois amigos para fazer companhia para a Cinderela e para Bela Adormecida. Os príncipes ficaram tristes, pois pensavam que iam impressionar as princesas com seus cavalos brancos, mas pelo contrario, as princesas ficaram encantadas como o carro importado do amigo da internet da Branca de Neve.


         Como quem acaba de perder uma disputa, os príncipes foram embora na esperança de encontrar outras princesas que gostassem deles.


         Apesar de terem que enfrentar horas de congestionamento no trânsito todos os dias quando iam para o trabalho, as princesas estavam felizes em ter seus próprios empregos, mas uma coisa acabava as deixando extremamente tristes e chateadas, era que um de seus vizinhos, todos os dias pela manhã jogava o lixo de sua casa em um rio que ficava ali perto. As princesas haviam diversas vezes conversado com ele a respeito disso, mas ele nunca as escutava, até que um dia o seu pensamento mudou, pois deu uma chuva muito forte causando uma grande enchente. Com essa enchente o carro desse vizinho das princesas ficou todo destruído. Depois desse dia ele nunca mais jogou lixo naquele rio e nem em outro lugar que não fosse o lixo.


         As princesas deixaram de lado a vida no castelo para ganhar a própria independência. Ganhavam o próprio dinheiro e tinham os seus próprios empregos. Enfrentavam horas de congestionamento a fim de chegar a seus trabalhos.


         Sofriam com a enchente quando os rios enchiam de mais devido a lixos jogado nele. Ficavam tristes em saber que aos poucos a natureza estava sendo destruída. Deixaram para trás o reino encantado e a cada dia tinham que enfrentar os problemas diários que a vida moderna reservava.




Por Joyce Silva


segunda-feira, 22 de outubro de 2012


Deficiência

           Depois de ter sofrido aquele acidente de carro, a vida de Mané não seria mais a mesma. Agora iria ter que aprender a viver como cadeirante. No começo não queria aceitar o fato de que não teria mais os movimentos das pernas, mais depois, com a ajuda de familiares e de amigos, essa ideia começou a ser aceita.

            Não é porque estava na cadeira de rodas que iria parar de viver. Iria ter que se adaptar a sua nova situação, mas nada impossível, afinal, o ser humano é capaz de se adaptar a qualquer situação. Claro que no começo iria sofrer preconceitos, dificuldades, mas com o tempo, com as suas “novas pernas”, poderia fazer tudo que quisesse. Já tinha ouvido diversas histórias de pessoas, que apesar das dificuldades encontradas, nunca desistiram de continuar na busca de seus sonhos.

            Mas foi também nessa nova fase de sua vida, que ele começou a ver quantas dificuldades um cadeirante ter que enfrentar, primeiramente pelo fato de que muitas ruas e calçadas não estão adaptadas para isso.

            Num dia desses, quando tentava atravessar uma rua, um carro estava estacionado em frente a uma rampa de acesso para cadeirantes. Naquele momento lembrou-se de quantas vezes já havia feito aquilo antes. Pensou em xingar, mas percebeu que não valia a pena, afinal, aquele motorista não tinha a noção da tamanha dificuldade que estacionar ali podia causar para um cadeirante, então fez melhor, colocou um bilhetinho no carro, dizendo ao motorista que ele tinha estacionado em um lugar errado, e que aquela atitude atrapalhou muito um cadeirante, e que aquilo não poderia mais acontecer. Talvez o dono do carro iria aceitar o fato de que estava errado, ou não. Mas isso Mané não poderia saber.

            Outra dificuldade que Mané estava enfrentando, era quando tentava pegar um ônibus para ir para a faculdade. Infelizmente não há muitos ônibus que permitem acesso das cadeiras, e o jeito é ficar horas e horas no ponto de ônibus esperando algum adaptado para isso.

            E é assim, infelizmente os cadeirantes sofrem pela falta de recursos que lhe são necessários para poder transitar tranquilamente pelas ruas da cidade. São calçadas cheias de buracos que impedem a passagem das cadeiras, falta de rampas, falta de meios de transportes adaptados, e principalmente as pessoas. Sim, muitos ainda se esquecem de que o fato de uma pessoa estar numa cadeira de rodas não quer dizer que ele é um invalido. Ainda há pessoas preconceituosas e que não estão nem ai. Pessoas fracas de espírito.

            Assim como Mané, milhares de pessoas cadeirantes sofrem com a falta de adaptação nas vias de acesso. E o que fazemos? Estacionamos em frente de rampas, não estendemos as mãos quando sentem dificuldades ao transitar pelas ruas, muitas vezes fingimos que não é conosco. Será que são realmente essas pessoas que possuem alguma deficiência? Deficiente somos nós que achamos que não é com a gente, e que nos preocupamos apenas como o nosso umbigo. Deficiente somos nós que somos preconceituosos. Deficiente somos nós que negamos ajuda. Deficiente somos nós que nos esquecemos do próximo. Deficiente somos nós... 

Por: Joyce Silva

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Seu Zé e o garotão


         Foi numa dessas eleições que seu Zé resolveu se candidatar para vereador. Como fazia mais de trinta anos que ele morava na cidade, conhecia cada canto dela e as necessidades de cada bairro.


         Sempre que tinha um tempo livre, procurava ir visitar os bairros e como gostava de conversar, sempre acabava sabendo o que as pessoas estavam precisando. Seu Zé sempre achou importante conhecer bem a cidade onde morava, acreditava que era dai que se podia ajudar quem precisava.


         Mas foi também neste mesmo período que um outro candidato começou a chamar a atenção do seu Zé.  Um candidato bem mais novo que ele, tanto na idade, quanto no tempo de vivencia na cidade. Um garotão. Sempre bem arrumado, começou a fazer sua campanha tentando conquistar a mulherada. Um sorrisinho aqui, um beijinho ali, assim era a campanha desse político, e seu Zé começou a desconfiar. Não pelo fato dele ser mais novo, mas sim pelas suas atitudes.


         Apesar de sua simplicidade, seu Zé entendia a linguagem do povo, sabia que as pessoas não queriam apenas palavras e promessas bonitas, mas sim atitudes. Seu Zé sabia que as pessoas queriam ver resultados. Que promessas eram ouvidas em todas as eleições, e que atitude mesmo, eram poucas.


         Mas voltando ao nosso político garotão, seu Zé desconfiado começou a observar suas promessas e as atitudes que aquele candidato estava tendo, e percebeu que não era nada de diferente de muitos outros políticos. Promessas que muitas ficariam apenas no papel e perdidas ao vento. Eram promessas que eram ouvidas em todas as eleições. Aquele garotão não estava se candidatando porque queria ajudar a cidade, aquele garotão estava se candidatando porque queria conquistar estatus. Aquele garotão queria ser vereador porque achava legal. Puro engano. Seu Zé não, ele pensava diferente; ele não ficava enchendo seu discurso de promessas, ele queria apenas atitude. Sabia que ser um representante do povo é coisa seria, e que não é brincadeira, é o interesse da população que está em jogo e por isso, seu Zé sabia o tamanho da responsabilidade que estava assumindo ao querer se tornar um vereador.


         - Não vou ficar aqui fazendo várias promessas e depois não poder cumprir nenhuma delas, conheço bem essa cidade e acredito que só é possível melhorá-la se sabermos quais são os seus verdadeiros problemas, pois bem, não quero fazer promessas, quero mostrar a todos vocês atitude. E era assim as palavras de seu Zé para conquistar seus eleitores. Seu Zé amava muito aquela cidade, e queria vê-la melhorar, crescer, desenvolver. Seu Zé não queria fazer promessas, ele queria fazer ação. Seu Zé queria mudar os rumos da cidade, mas mudar para melhor.


         Sem carro de som para fazer a sua propaganda eleitoral, e sem entrega de “santinhos”, seu Zé fez sua campanha através do boca a boca. Acreditava que era muito dinheiro jogado fora, além de grande desperdício de papel. A cidade ficava suja e ainda prejudicava o meio ambiente. Seu Zé queria que as pessoas votassem nele porque acreditava no trabalho que ia desenvolver, sempre no intuito de ajudar no desenvolvimento da cidade. Seu Zé e o garotão, dois políticos com características diferentes, mas apenas uma certeza: apenas um deles é que queria realmente ajudar a população.


          


Por: Joyce Silva    

terça-feira, 28 de agosto de 2012


FOME!!!

Tem certas coisas que acontecem no nosso país e em outros países do Mundo que não dá para entender. Noticiamos diariamente tantas descobertas e evoluções que acontecem na ciência e tecnologia: distâncias que se encurtaram, descobertas de novos medicamentos, clonagem de animais, descobertas de outros planetas e tantos outros fatores visando sempre viver da melhor forma possível, mas por outro lado, noticiamos um fator que muitas vezes é deixado de lado: a fome.


Infelizmente inúmeras pessoas espalhadas pelo país estão sujeitas a isso. Algo que não deveria existir, já que o homem está sempre na busca da qualidade de vida.


Pessoas vivem na miséria. Enquanto algumas têm em seus lares comida com fartura, chegando muitas vezes até a desperdiçar, outras vasculham lixos no intuito de encontrar ali algo que possa saciar sua fome. Uma contradição sem limite.


A desigualdade na distribuição de renda é nítida, e isto acaba muitas vezes até causando a morte daqueles que acabam não tendo o que comer.


Infelizmente as crianças acabam sendo um dos mais prejudicados com a fome. Chegando a ter suas capacidades de aprendizagem e produtividade limitadas devido à fome, as crianças acabam não tendo condições de frequentar uma escola, o que acaba prejudicando ainda mais a situação.


Um problema que vai virando uma bola de neve. A situação é nítida: onde há pobreza, há fome. Onde há fome, há má condição de vida da população. Onde há miséria, há má distribuição de renda.


Porque enquanto uns tem muito, outros não têm nada? Como tentar explicar uma questão que muitas vezes não tem resposta? Matar por um momento a fome daquele homem que está na sarjeta é simples, basta dar um prato de comida que sua fome será saciada por um momento, mas dar condições para que aquele mesmo homem não passe mais fome, é algo que deve ser pensado e estudado.


Não adianta apenas fazer campanhas que levem alimentos para aqueles que clamam por um prato de comida, isto é importantíssimo, mas é importante também, que estas pessoas tenham condições de sempre ter em seus lares arroz e feijão de qualidade e em quantidades que satisfaçam suas necessidades.


Fome. Infelizmente um problema que assombra milhares de pessoas no Brasil e no Mundo. Um problema que assombra milhares de brasileiros que não sabem que cor é a chama do fogo que acende o fogão que irá esquentar a comida que sairá da panela. Panela estas que em sua maioria se encontram vazias, assim como seus estômagos.


Fome. Até quando teremos que ver pessoas morrendo de fome? Até quando crianças deixaram de viver devido à desnutrição que se encontram? O problema da fome existe e sempre existirá se nada for feito para que se criem condições que dê as pessoas uma melhor qualidade de vida. Num país em que há tantas evoluções e tantas descobertas, deve haver também evoluções que acabem com a má distribuição de renda, e que todos vivam de forma igualitária.


                                                                                     Joyce Silva


        

domingo, 12 de agosto de 2012


PAI!!!

         Um super-herói de carne e osso. Um super-herói que às vezes se tornava bandido em nossas brincadeiras de criança. Um super-herói que não tinha poderes, mas que tinha forças ao nos levar para dormir. Um super-herói de carne e osso.


      Você meu pai, que mesmo cansado após um dia de trabalho, ainda tem animo para conversar, dar um conselho, dar uma palavra amiga. Você que tantas vezes deixou de comer alguma coisa que gostava, para poder comprar algum brinquedo novo que queríamos. Você que tantas vezes passou as noites em claro, pensando como iria fazer para pagar aquela conta que estava atrasada. Que muitas vezes trabalhou em mais de um emprego, somente para nos dar conforto.


      Ainda criança não entendia o porquê da sua falta nas festinhas de escola em comemoração ao dia dos pais, mas hoje sei que a sua ausência era porque você estava no trabalho, saindo algumas vezes altas horas da noite, sempre no intuito de nos proporcionar uma vida em que não nos faltasse nada para comer, de maneira simples, mas com muito amor.


      Pai! Como tentar escrever nestas linhas o significado de uma palavra simples, mas que diz tudo? Como expressar o meu amor por ti, se o teu amor por mim é infinito?


      Os anos estão passando, a idade está avançando, e hoje, olhando para traz, sei que a mulher que me tornei foi espelhada neste pai que nunca deixou de lutar e que mesmo tendo as forças diminuídas, nunca pensou em desistir, pois por mais que os sonhos se tornem difíceis de serem realizados, você nunca desanimou e nunca deixou que nós desanimássemos também. Você sempre está ali, nos apoiando e nos ajudando a levantar de uma queda. Você sempre está nos ajudando nos momentos mais difíceis ou de indecisão.


      Pai, hoje sei que as broncas que me deu, foi para me ensinar a andar de maneira correta nos caminhos que a vida me reservava. Claro que nos momentos de raiva, ficava triste, não concordava, queria ser a senhora da razão, mas depois, já mais calma, entendia os seus motivos e via que o que você estava fazendo era para o meu próprio bem.


      É meu pai, os anos passam e as experiências, ensinamentos que você sempre me proporcionou nunca serão esquecidos, e sei que quando eu pensar em desanimar, você sempre estará ao meu lado. Lembro-me de quando comecei a dirigir, e você impaciente e com medo de que eu pudesse bater em algum outro carro, ficava me alertando:


      - Olha o carro...olha a bicicleta...tem um pare aqui...na próxima rua tem uma rotatória...tome cuidado...


      E foi assim... até mesmo no dia que sai sozinha com o carro pela primeira vez, você me fez um “sermão”. Mas tudo passou e as orientações que você me deu, hoje me servem para que eu seja uma boa motorista.


      Pai! Meu super-herói que não está nas histórias em quadrinhos, mas que demonstra toda força, garra ao educar seus filhos da melhor forma possível.     Pai! Um super-herói que vale ouro, e que carrega em si a dedicação de um pai que daria sua vida pela de sua família. Parabéns a você meu Pai, e a todos os pais do mundo. Feliz dia dos Pais!!!


Publicado no Jornal da Manhã em 12/08/2012- Caderno 2

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PAZ!!!

         Grito, choro, angustia e sofrimento é vivenciado por milhares de pessoas ao redor do Mundo. Um Mundo que está sendo marcado por destruição.

       Infelizmente é noticiado diariamente guerras entre povos que matam inocentes. Inocentes estes que buscam diariamente o sustento para a sua sobrevivência.

       Guerras. Uma guerra civil que aos poucos está contaminando povos que estão perdendo a esperança de ver seus filhos crescerem em um mundo mais unido, e que as pessoas possam viver em total harmonia. Sim, guerra civil.

       A vida humana infelizmente acaba muitas vezes sendo considerada como algo banal quando são tiradas devido à ganância pelo dinheiro ou até mesmo por uma briga qualquer. A intolerância tornou peça fundamental na vida das pessoas, agora a arrogância e a busca de fama falam mais alto. O que antes dizer um Bom dia para um colega era algo prazeroso, hoje se tornou uma obrigação.

       Intolerância em ver que filhos não querendo cuidar de seus pais na velhice, acabam algumas vezes os colocando em asilos ou abandonando em algum lugar qualquer. É a intolerância falando mais alto. Pais irritados em ver seus filhos nãos os obedecendo, batem levando muitas vezes a morte.

       Um mundo em que povos deveriam unir-se na busca de soluções para a salvação do planeta. Povos que deveriam pensar no bem coletivo.

       PAZ. Será que sabemos o seu verdadeiro significado? Será que a nossa mesquinhez é capaz de dar lugar a uma palavra simples, mas que o significado diz tudo? Será que seremos capazes de acabar com nossa própria vida na Terra? Se não pararmos com tantas guerras existentes no nosso planeta, certamente tenderemos cada vez mais para a nossa própria destruição.

       Chega de vermos nos noticiários tantas mortes. Chega de sermos tão gananciosos. Chega de pensarmos somente em nós mesmos. Vidas são tiradas diariamente e o que fazemos para acabar com isso? Na sua maioria, nada. Lamentamos a morte daquele inocente e cruzamos os braços. O pior é que infelizmente existem pessoas que acabam fazendo daquela tragédia uma piada que é vista por muitos nas redes sociais, e curtida por aqueles que acessam. Santa ignorância. Uma ignorância capaz de não entender o sofrimento daqueles que perderam um ente querido.

       Somos culpados sim. Sim, somos culpados pelas atrocidades que acontece ao nosso redor. É mais cômodo jogar a culpa nas autoridades ao invés de parar e pensar nas atitudes que estou tendo, na intolerância que tomou conta do meu cotidiano. Minhas atitudes. Só conseguiremos ter um mundo em que a Paz exerça seu verdadeiro significado se eu começar a mudar minhas próprias atitudes. Seja mais tolerante, seja cortez. Fale um Bom dia com prazer. Ao invés de “xingar”, respire funde e deseje um bom dia para aquela pessoa. Pense nas atitudes boas que posso ter com o meu colega. Não deseje apenas Paz da boca para fora, mas sim através das próprias atitudes.

      
Texto publicado no Jornal da Manhã – Caderno 2- Coluna Vida Urbana- 08 de julho de 2012.

        

quinta-feira, 21 de junho de 2012


Saudade...

Queria não senti-la, não saber seu significado,

Mas quando penso que não existe

Ela vem me atormentar.

Muitas vezes o coração acelera,

Aperta...dói...treme...

Tento entendê-la, mas não consigo

Ora se torna bom

Lembrar daqueles momentos,

Recordar os velhos tempos,

Que apenas ficarão guardados e jamais apagados.

Ora se torna ruim

Lembrar de quem se foi

E que nunca mais voltará.

Tento lembrar apenas da alegria,

Mas a tristeza persiste ao pensar

Na partida.

Ah! Saudade...

Por que não trocar seu significado?

Por que tentar esquecer e não mais sofrer?

Mas não, a saudade não tem compaixão,

Vive constantemente em nossas vidas

E não tem explicação.

Ah! Tempo que não volta,

Apenas fica guardado na memória

Fazendo com que sintamos saudade

Daqueles que foram, daquilo que mudou,

Daquilo que se transformou.

E se um dia ela se for,

Deixará saudade em quem ficou.

Saudade...


Joyce Silva

segunda-feira, 28 de maio de 2012


Soneto do Amor


O que é este sentimento louco

Que machuca e fere pouco

E que cada dia mais insistente

Me transforma num ser envolvente.



Ah! Que ser diferente e atraente

Envolve-me neste sonho descontente

Me faz buscar as estrelas

Num paraíso penetrante e distante.



Me leva pelo mundo descoberto

E nela busco tudo que quero

Transforma tudo em eterno.



Como é tua forma, Amor?

Como é tua vida, Mistério?

Como é teu senhor neste Calor?




                                                      Joyce Silva

quinta-feira, 10 de maio de 2012


Nascimento de uma Paixão



Com um suspirar vento gelado,

Pude sentir levemente

As carícias ardentes

De um amor verdadeiro.

Através da imaginação

O corpo queimava como um vulcão


Mostrando o que acontecia

Dentro do coração.

O vento quebrava a dor da solidão

Levava para longe

A incerteza de uma paixão

E trazia para perto

Paz, Alegria e Emoção,

E calmamente podia sentir

Sedução.


Tentava buscar explicação

Para o que acontecia,

Mas apenas a certeza permanecia.

O amor que acabara de nascer

Nos preenchia e nos envolvia

Com tamanho sentimento

De muita alegria.



                                                    Joyce Silva


terça-feira, 1 de maio de 2012

Não

         Certo dia um amigo me entregou uma carta e ao ler tive a certeza que o não quando necessário, deve ser dito. A carta dizia assim:

“Amigo, nem sei como estou conseguindo escrever esta carta, mas apesar das minhas mãos ainda estarem trêmulas, acredito que seja preciso escrever e lhe contar o que aconteceu comigo. Espero que meu relato possa servir como exemplo para muitos.

            Desde a minha infância escutava minha mãe dizendo para ter cuidado com as companhias, que não deveria deixar me influenciar pelos outros, etc, etc, etc... e para dizer a verdade para você, sempre achei aqueles comentários dela cafonas de mais e nem se quer dava atenção a eles. Tava nem ai para o que ela dizia, eu gostava mesmo era de sair com os meus amigos, me divertir. Confesso que sempre fui na minha, e as vezes me sentia até tímido e isolado dos outros meninos da minha idade. Os meus amigos eram bem “descolados” e sempre estavam conversando com alguma garota, era o centro das atenções. Nas festas que íamos, eles sempre conseguiam ficar com alguma garota. Ás vezes até ficava com inveja deles, afinal nenhuma garota queria ficar comigo. Mas apesar de tudo isso, gostava de sair com eles, me divertia bastante.

            E foi numa dessas festas que conheci uma garota e não tendo muita coragem de chegar nela, me oferecem um negócio e me disseram que eu iria ficar mais descolado e enturmado com a galera, ai sim a menina ia logo gostar de mim. No começo não queria, mas meus amigos começaram a zuar de mim, me chamando de careta e acabei topando. No começo achei o maior barato aquele negócio. Ficava mais alegre e descolado. Até comecei a curtir mais aquelas festas.

            Não tinha mais vergonha para mais nada e quando tava afim de alguma garota já chegava junto e sempre acabava ficando com a menina.

            Só que minha mãe começou a pegar no meu pé e acabei tendo que conseguir aquele negócio escondido. Teve até uma vez que quebrei uma mesa lá de casa, tava querendo grana e minha mãe não queria me dar.  Ai virei o “bicho”. Precisava de grana, e ninguém queria mais me arrumar aquele negócio de graça, até mesmo aqueles que falavam que eram meus amigos começaram a negar.

            E assim foi se passando. Aquilo já fazia parte da minha vida. Nem ia mais à escola, achava que não precisava mais. Achava escola careta. E cada dia que passava fazia falta ficar sem ele, não conseguia mais. E quando não tinha grana, o jeito era pegar alguma coisa lá de casa para tentar vender ou trocar. Precisava dele a todo instante. Tive até umas sensações meio esquisitas, mas nem ligava. Parecia que as pessoas queriam me perseguir. Teve até vezes que vi uns monstros me seguindo, uma coisa muito louca. Mas a vontade de tê-lo era maior e cada dia que passava se tornava mais presente em minha vida.

            Fui internado diversas vezes, mas sempre fugia. Achava que não era louco para ficar naquela clinica, e sempre arrumava um jeito de sair dali.

            Mas um dia quase na beira da morte, resolvi me livrar daquele negócio que achando que estava me fazendo bem, estava me matando. Aquele negócio meu amigo, é uma DROGA e sempre vai ser. Por isso, não deixe que isso destrua sua vida. Hoje estou aqui nessa clinica, tentando me recuperar do tempo que perdi. Por isso meu amigo, diga sempre Não antes que seja tarde de mais".



Publicado no Jornal da Manhã-19/06/2011-Caderno 2 – Coluna Vida Urbana.

quinta-feira, 26 de abril de 2012


Faça o queira




Toque a última dança,


Como se ela fosse a primeira.


Cante como um grito de sabiá.


Respire o ar com prazer.

Dance a valsa veroneza,


Viaje pelos piores mares,


Não tendo medo do barco virar.


Grite pela paz,


Mesmo se ninguém tiver lhe escutando.


Beije, com a doçura das flores,


Não tendo medo da resposta.


Ame, mesmo não sendo correspondido.


Ande descalço


Pelas ruas da cidade grande.


Vibre pela Vitória,

Chore pela derrota.


Grite, chore, dance, toque.


Faça tudo aquilo que tenha vontade.


Queira um amor maior que você.


Queira a paz mesmo que demore a chegar.


Não se esconda,


Vista o branco, amarelo, azul, rosa, preto... não importa


O que importa é que você goste de você, e


Que quando pensar em ficar triste, PARE!


Olhe a sua volta... reflita e


Não se preocupe em sofrer,


A dor nos ajuda a crescer.


Viva intensamente!




 


Joyce Silva