Seu Zé e o garotão
Foi
numa dessas eleições que seu Zé resolveu se candidatar para vereador. Como
fazia mais de trinta anos que ele morava na cidade, conhecia cada canto dela e
as necessidades de cada bairro.
Sempre que tinha um tempo livre, procurava
ir visitar os bairros e como gostava de conversar, sempre acabava sabendo o que
as pessoas estavam precisando. Seu Zé sempre achou importante conhecer bem a
cidade onde morava, acreditava que era dai que se podia ajudar quem precisava.
Mas foi também neste mesmo período que
um outro candidato começou a chamar a atenção do seu Zé. Um candidato bem mais novo que ele, tanto na
idade, quanto no tempo de vivencia na cidade. Um garotão. Sempre bem arrumado,
começou a fazer sua campanha tentando conquistar a mulherada. Um sorrisinho
aqui, um beijinho ali, assim era a campanha desse político, e seu Zé começou a
desconfiar. Não pelo fato dele ser mais novo, mas sim pelas suas atitudes.
Apesar de sua simplicidade, seu Zé
entendia a linguagem do povo, sabia que as pessoas não queriam apenas palavras
e promessas bonitas, mas sim atitudes. Seu Zé sabia que as pessoas queriam ver resultados.
Que promessas eram ouvidas em todas as eleições, e que atitude mesmo, eram
poucas.
Mas voltando ao nosso político garotão,
seu Zé desconfiado começou a observar suas promessas e as atitudes que aquele
candidato estava tendo, e percebeu que não era nada de diferente de muitos
outros políticos. Promessas que muitas ficariam apenas no papel e perdidas ao
vento. Eram promessas que eram ouvidas em todas as eleições. Aquele garotão não
estava se candidatando porque queria ajudar a cidade, aquele garotão estava se
candidatando porque queria conquistar estatus. Aquele garotão queria ser
vereador porque achava legal. Puro engano. Seu Zé não, ele pensava diferente;
ele não ficava enchendo seu discurso de promessas, ele queria apenas atitude.
Sabia que ser um representante do povo é coisa seria, e que não é brincadeira,
é o interesse da população que está em jogo e por isso, seu Zé sabia o tamanho
da responsabilidade que estava assumindo ao querer se tornar um vereador.
- Não vou ficar aqui fazendo várias
promessas e depois não poder cumprir nenhuma delas, conheço bem essa cidade e
acredito que só é possível melhorá-la se sabermos quais são os seus verdadeiros
problemas, pois bem, não quero fazer promessas, quero mostrar a todos vocês
atitude. E era assim as palavras de seu Zé para conquistar seus eleitores. Seu
Zé amava muito aquela cidade, e queria vê-la melhorar, crescer, desenvolver.
Seu Zé não queria fazer promessas, ele queria fazer ação. Seu Zé queria mudar
os rumos da cidade, mas mudar para melhor.
Sem carro de som para fazer a sua
propaganda eleitoral, e sem entrega de “santinhos”, seu Zé fez sua campanha
através do boca a boca. Acreditava que era muito dinheiro jogado fora, além de
grande desperdício de papel. A cidade ficava suja e ainda prejudicava o meio
ambiente. Seu Zé queria que as pessoas votassem nele porque acreditava no
trabalho que ia desenvolver, sempre no intuito de ajudar no desenvolvimento da
cidade. Seu Zé e o garotão, dois políticos com características diferentes, mas
apenas uma certeza: apenas um deles é que queria realmente ajudar a população.
Por:
Joyce Silva
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